Dia desses escutei algo que, apesar de seu uso comum, me causou profunda estranheza. Começava assim: "Às vezes quando eu me ataco...". Na verdade, nem recordo o que vinha depois, porque, pela primeira vez, congelei nessa idéia do "me ataco", do "se atacar".
Peraí! Como assim se/me/te atacar??? Se vez ou outra (embora possa acontecer de a freqüência ser maior) já se é atacado pelo vizinho que insiste em te alfinetar, pelo colega que não consegue esconder o ranso em te ver numa boa e, se até mesmo dos teus mais próximos acontece de receberes ataques à "queima roupa" - por que é que ainda tu mesmo precisa te atacar? Não é possível, deve haver alguma batida suicida nesse negócio.
Obs1. O "tu" é uma forma de falar comigo mesma - auto-atacadinha de plantão.
Obs2. Engraçado este uso do ataque em espanhol - "me agarró un ataque" - o famoso "tive um ataque". Precede sempre a narração de um comportamento que se imagina que o interlocutor não espera. O engraçado é que é mais passivo...