sábado, setembro 20

escritas de um tempo remoto...

É o ato falando por si e não deixando nada mais falar por ele...

sexta-feira, setembro 19

pas de deux

Pequena. Sempre sonhando dançar um...
A literalidade infantil, então, traduzia:
"paz de Deus"
"Deus". É uma das boas formas de absolutizar coisas...
Pois é,
Mas a pequena que me habita
segue absolutizando dançar a dois...

Soneteando (ou a precisão do olhar)

Preciso! precisar onde está o olhar...
O olhar está me escapando
na direção do objeto insosso e quase amorfo...
Olho! onde este olhar está preciso...
O olhar está nos meus olhos
e está no vulto da moça bonita...
O olhar está nas paredes, no quase vazio
na direção contrária de minha voz
A precisão nunca se completa...
E o olhar nunca é vago, nunca é morto
Mas, precisamente (e, de fato, muito mais assustador)
É que o olhar me olha de dentro
Me olha de mim
e isso, meu caro, não tenho como precisar

sábado, setembro 13

Gesto ilimitado

...e naquele abraço
(de segundos, minutos... horas em intensão, talvez)
viveram amor, respiraram amor, pulsaram amor...
Amor sem parentesco, sem relação.
Impreciso,
transfinitamente...

segunda-feira, setembro 8

Me conta o que houve?

Eu... Eu não.
Não guardo palavras nem para ler e escrever.
Menos ainda para falar...
O que se passou entre o quase e o que ocorreu
sem se decidir deixar marca em mim...
Não, não se alojou. Não houve lugar.
É por que não é fim de história?
É por que será sempre assim?
Coleções organizadas de um vivido
e
Tralhas nos cantos de um coração

segunda-feira, setembro 1

Inconsistências

São ladrilhos que afundam depois da pisada...
Palavras que fenecem logo que proferidas,
Amores que esmaecem no afã da concretude

Inconsistir é verbo arredio!
Faz palavras que põem a termo

E, às vezes, palavra dói mesmo que costure alma